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Queda de cabelo: conheça as principais causas e o que fazer

Queda de Cabelos
24 Jul 2023
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Queda de cabelo: conheça as principais causas e o que fazer

Perder alguns fios de cabelo diariamente é algo normal e faz parte do ciclo natural de crescimento e renovação capilar — cerca de 50 a 100 cem por dia, segundo o Ministério da Saúde.

No entanto, quando há muita queda de cabelo, isso acende um sinal de alerta e merece atenção.

Esse processo pode ser uma perda transitória ou definitiva, dos cabelos ou dos pelos, podendo ocorrer de forma local, regional ou total.

A seguir, entenda algumas das possíveis causas e fatores relacionados à perda de cabelo, bem como as medidas que podem ser tomadas para prevenir e tratar esse problema.

O que pode causar a queda de cabelo?

Muita queda de cabelo é uma preocupação comum para muitas pessoas, tanto homens quanto mulheres.

Vários fatores podem contribuir para esse problema, desde questões genéticas até fatores externos. Entenda melhor alguns desses motivos.

Estresse

O estresse é uma resposta do corpo a situações desafiadoras ou ameaçadoras, e pode ser desencadeado por diversos fatores, como problemas pessoais, profissionais, financeiros, traumas ou eventos estressantes.

Quando se está estressado, o corpo libera hormônios, como o cortisol, que podem influenciar negativamente a saúde capilar.

O estresse crônico pode levar a uma série de mudanças no organismo, incluindo o enfraquecimento dos folículos capilares e a interrupção do ciclo de crescimento do cabelo.

Um grupo de pesquisadores de universidades alemãs desenvolveram um estudo sobre a relação entre estresse e os folículos pilosos em ratos.

Na ocasião, os pesquisadores avaliaram algo que é conhecido como inflamação neurogênica, um estado inflamatório de determinadas estruturas corporais que é mediado por substâncias químicas produzidas pelo nosso tecido nervoso e liberadas em diversos órgãos e tecidos.

Se descobriu, então, que uma comunicação intensa entre as terminações nervosas de nossa pele e as células de nosso sistema imune, responsáveis por estados de inflamação cutânea em situações de estresse.

O resultado do estudo foi que a inflamação neurogênica estimula a apoptose celular (morte das células) em uma região do folículo piloso chamada de matriz do cabelo.

Alterações hormonais

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), as alterações hormonais também podem deixar o cabelo caindo.

Os desequilíbrios hormonais podem afetar o ciclo de crescimento do cabelo e levar a uma maior incidência de queda.

O Ministério da Saúde também informa que, por exemplo, distúrbios da tireoide podem influenciar nesse processo.

O hipotireoidismo pode levar a uma diminuição na taxa metabólica e desacelerar o crescimento do cabelo, enquanto o hipertireoidismo pode acelerar o ciclo capilar, resultando em queda intensa de cabelo.

Outro exemplo é durante a gravidez, no qual os níveis hormonais no corpo da mulher sofrem grandes alterações.Isso pode resultar em um aumento na densidade e espessura do cabelo, tornando-o mais cheio e saudável.

No entanto, após o parto, ocorre uma queda abrupta nos níveis hormonais, levando a uma condição chamada de eflúvio telógeno pós-parto. Essa condição provoca uma queda excessiva de cabelo nos meses seguintes ao parto, embora geralmente seja temporária.

Predisposição genética

Outro fator que contribui para o cabelo caindo é a predisposição genética. O Ministério da Saúde explica que a alopecia androgenética é uma forma de queda de cabelos geneticamente determinada.

A alopecia androgenética ocorre devido à sensibilidade dos folículos capilares aos hormônios sexuais, especialmente a dihidrotestosterona (DHT), um derivado da testosterona.

Em indivíduos geneticamente suscetíveis, a DHT pode encurtar a fase de crescimento do cabelo, chamada de fase anágena, e prolongar a fase de repouso, chamada de fase telógena.

Isso resulta em fios de cabelo mais finos, frágeis e com menor duração de crescimento, levando, eventualmente, à queda e à miniaturização dos folículos capilares.

No caso dos homens, a alopecia androgenética geralmente se manifesta como uma diminuição gradual do cabelo nas regiões da coroa e das têmporas, formando uma área calva no topo da cabeça.

Já nas mulheres, ocorre um afinamento difuso dos cabelos por todo o couro cabeludo, sem uma área específica de perda acentuada.

Deficiências nutricionais

Uma nutrição adequada desempenha um papel fundamental na saúde do cabelo. Sendo assim, deficiências de certos nutrientes essenciais podem levar à queda intensa de cabelo e ao enfraquecimento dos fios.

Uma revisão científica que avalia o impacto dos suplementos alimentares na saúde dos cabelos fala sobre os efeitos da ausência de certos nutrientes.

Ele mostra que a deficiência do Ferro, por exemplo, mesmo na ausência de anemia evidente, pode estar associada à queda difusa de cabelos.

Como ele é essencial para a ribonuclease redutase, a qual está envolvida com a divisão celular no bulbo capilar (síntese de DNA), os níveis baixos dificultam a manutenção dos cabelos na fase anágena.

Da mesma forma, a deficiência de vitamina A — e até mesmo seu excesso — estão correlacionados com a alopecia.

Concentrações séricas elevadas de vitamina A aumentam o percentual de folículos na fase anágena, isto é, na fase de crescimento, prolongando o surgimento da haste capilar a partir da superfície da pele.

Doenças específicas

Doença também é algo que pode causar a queda de cabelo. Ela pode ser uma sequela deixada pela covid-19, por exemplo.

De acordo com um estudo internacional realizado por médicos dos Estados Unidos, México e Suécia, uma em cada quatro pessoas com a doença experimenta perda de cabelo. Situações de estresse e medo podem aumentar o risco nessas circunstâncias.

A cardiologista Stephanie Rizk afirma que, no caso da Covid-19, a perda de cabelo pode ocorrer mesmo em casos não tão graves da doença, sendo observada em pacientes com sintomas leves a moderados.

“A Covid-19 é uma infecção que gera uma inflamação. Ela dá muitas ‘ites’, como a vasculite. Se a gente lembrar que todos os vasos inflamam, inclusive os vasos que nutrem o couro cabeludo, isso gera uma inflamação do folículo, a foliculite, que predispõe a perda de cabelo”, explica.

No entanto, fatores de risco associados podem ter uma forte influência, como a presença de anemia, deficiência de nutrientes e minerais, o período pós-parto e alterações hormonais e químicas.

Efeitos de tratamentos

O cabelo com queda também pode ser um efeito colateral de tratamentos. O caso mais conhecido é a quimioterapia usada apra combater o câncer.

O Instituto Oncoguia explica que tanto a quimioterapia quanto a radioterapia podem causar a queda de cabelo, pois danificam os folículos pilosos responsáveis pelo crescimento capilar.

Os medicamentos quimioterápicos afetam não apenas as células cancerígenas, mas também as células saudáveis de crescimento rápido, como aquelas que compõem o cabelo, sobrancelhas, cílios e pêlos do corpo.

No geral, o cabelo começa a crescer novamente após o término do tratamento.

No entanto, é importante ressaltar que nem todos os tratamentos quimioterápicos causam queda de cabelo, pois isso depende do tipo de drogas utilizadas.

Para o caso da radioterapia, a exposição à radiação pode afetar os folículos capilares na área tratada, resultando em queda intensa de cabelo localizada. A extensão depende da dose de radiação e da área tratada.

Como saber se a queda de cabelo está excessiva?

É normal perder de 50 a 100 fios de cabelo por dia, pois faz parte do ciclo de crescimento natural dos fios.

No entanto, se você notar uma quantidade significativamente maior de cabelo caindo ou percebendo áreas de afinamento capilar, pode ser um sinal de muita queda de cabelo.

É aconselhável consultar um dermatologista ou tricologista (especialista em cabelos e couro cabeludo) para uma avaliação adequada.

Esses profissionais podem realizar exames, analisar seu histórico médico e avaliar a condição do seu cabelo e couro cabeludo para determinar a causa da queda de cabelo excessiva e recomendar o tratamento apropriado.

Qual a recomendação para tratar o cabelo com queda?

Quando se está com o cabelo caindo, também é importante procurar um tratamento. No entanto, o próprio Ministério da Saúde informa que é preciso evitar usar produtos milagrosos e procurar um dermatologista.

A escolha pela melhor opção de tratamento para a perda de cabelo deve ser feita a partir de consulta e orientação médica.

A automedicação, que é o uso de medicamentos sem prescrição médica ou orientação de um profissional de saúde, traz riscos para a saúde, incluindo a possibilidade de reações alérgicas.

Algumas pessoas com alopecia androgenética podem observar o crescimento capilar ao aplicar solução ou espuma de minoxidil diretamente nas áreas afetadas do couro cabeludo.

Além disso, um medicamento oral chamado finasterida, que bloqueia a produção de diidrotestosterona, pode estimular o crescimento capilar ou retardar a queda de cabelo.

No entanto, esse medicamento pode causar anormalidades fetais e não deve ser utilizado por pessoas que planejam engravidar.

A terapia com laser de baixa intensidade usando dispositivos que emitem luz vermelha de frequência baixa também pode aumentar a densidade capilar.

Pessoas que sofrem de perda capilar significativa, como no caso do eflúvio telógeno, devem ser tratadas de acordo com a causa subjacente, como suplementação de ferro para casos de deficiência, suplementação de vitamina D, controle de doenças da tireoide, entre outros.

Tanto pacientes com eflúvio telógeno quanto aqueles com padrões de perda de cabelo podem se beneficiar do uso tópico de minoxidil para melhorar a densidade do cabelo.

Para a alopecia areata, a injeção de um corticosteróide em áreas com perda irregular de cabelo pode promover o crescimento dos fios.

Outras opções de tratamento possíveis incluem o uso tópico de corticosteróides, minoxidil, antralina e alérgenos de contato, como o éster dibutílico de ácido esquárico e a difenilciclopropenona.

Fonte: CNN Brasil